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Falando com o presente



- Se eu estivesse no futuro e pudesse mandar uma carta pro meu eu de nove atrás? Perguntei de novo para ver se tinha entendido a pergunta.
- É Shay, o que você diria para você mesmo sobre o que vai acontecer no seu futuro em nove anos?
- Mas por que nove e não dez?
- Por que dez e não nove? Por que as pessoas têm mania de exatidão, por que não pode ser um a mais ou um menos? Vai Shay responde!
- Tá bomm...
A primeira coisa que eu diria é que era melhor ela apertar o cinto de segurança, por que a vida dela vai mudar de um jeito que ela jamais imaginou, que nada do que ela sonhou vai acontecer,  não como ela sempre pensou, que a vida vai ensinar a ela a ser paciente acima de tudo e a não criar expectativas também. Ela vai conhecer pessoas incríveis que vão ajudá-la a passar pelo momento mais difícil que ela vai enfrentar na vida, mas vai ter momentos gloriosos ao lado dos amigos, vai fazer coisas que vai se lembrar pro resto da vida e contar com orgulho que teve a melhor turma de todas na escola. Independente das decepções que viver, ela vai continuar doce e sorridente, mesmo estando um caos por dentro, mesmo chorando todas as noites antes de dormir. Mesmo querendo desaparecer do mapa, nunca vai negar a um chamado de um amigo que estiver precisando de ajuda. Vai morrer várias vezes de amor e jurar nunca mais se apaixonar por ninguém e vai encontrar uma pessoa muito especial, que vai fazer ela descobrir coisas novas e fantásticas sobre a vida a dois. E se eu pudesse dar um conselho a ela diria para ser menos intensa, se apegar menos às pessoas para não se decepcionar tanto, mas eu sei que se ela fizer isso, vai perder sua essência e bem, ela chegou até aqui tão "bem". As coisas que ela tentou fazer e não deram certo tiveram um propósito, principalmente com as pessoas que ela perdeu, mas tudo tem um propósito e ela vai sobreviver. No último ano do ensino médio uma professora disse que, aquele ano seria uma jornada intensa mas que nem todo mundo chegaria no fim da viagem e alguns iam desistir pelo caminho, na hora ela estava falando dela mesmo sem nem imaginar que ela não seria a única a deixar a embarcação e sem imaginar que estava falando da vida e não apenas do ano letivo. É, acho que eu aprendi isso na marra, mas me orgulho dessa menina ai - Pensei.
- Só diria que ela vai se sair bem.

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