E quando o "pra sempre" acaba?

"Mas dezessete anos não é uma idade nada conveniente para se apaixonar"

 Se eu ficar

    Desde que li essa frase, dita pela mãe de Mia, que eu penso sobre como isso é verdade. Se apaixonar aos dezessete e perceber que é aquela pessoa que você quer para sua vida e o sentimento ser recíproco é quase um milagre hoje em dia, e é um milagre lindo, mas não é conveniente.

      Lá pelo fim dos 17 eu comecei a sonhar alto, a planejar minha vida adulta que estava prestes a começar, e o primeiro passo era a tão sonhada faculdade e você apareceu (isso não estava nos planos) para fazer parte da minha vida, para bagunçar e mudar as coisas de lugar, e eu gostei, nunca me importei com bagunça e coisas fora do lugar. De repente eu estava nos seus planos e você estava nos meus e imaginávamos como seria nossa vida no futuro, eu sempre fui a mais ousada, enquanto você pensava em um porto seguro eu queria a liberdade, queria viajar, mudar de estado/cidade e depois morar fora, mas eu queria você comigo, você me dizia que faria parte da minha vida para sempre mas eu não sentia confiança quando o assunto era viajar e passar um tempo fora, só que eu ignorei isso. 

        E a gente cresceu, quebramos a cabeça para passar pelas dificuldades juntos e junto com o nosso crescimento e amadurecimento nossas prioridades foram mudando e advinha? Nosso futuro não se encaixava mais, não sem que um dos dois abrisse mão de seus planos. Mas até que ponto estávamos dispostos a deixar todos os nossos sonhos para trás pelo outro? Na verdade, o que você estava fazendo para seus desejos se realizarem? Sabe, na vida real não existe essa de fada madrinha, que faz tudo real num passe de mágica. Se você não estava correndo atrás de se realizar, por que eu deveria abrir mão dos meus sonhos? Eu podia fazer isso. 

         E aos 20 chegou o nosso fim. Do amor? Não, ele ainda ta aqui. Mas as prioridades mudaram, o sentimento mudou, os horizontes mudaram e não está sendo fácil. Poderia ter sido diferente se eu te conhecesse agora ou aos vinte um, mas aos 17 não foi nada conveniente.

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